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Channel: Quadrim Entrevista (Post) – Quadrim
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Quadrim Entrevista –Álbum Fliperama Mundo Cão

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Rock e quadrinhos é uma mistura bem conhecida, certo, #TropaQuadrimcast? Mas e se você misturar ópera rock, quadrinhos… E “figurinhas”? Neste QUADRIM ENTREVISTA falamos sobre tudo num num projeto pra lá de inovador, organizado pelo JR HELLBOY MENEZES. Senhoras e senhores, com vocês…  FLIPERAMA MUNDO CÃO!

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Quadrim: JR, somos gratos por nos conceder esta entrevista. A nossa primeira pergunta é a nossa habitual: como você se tornou um fã de quadrinhos?
JR: Eu agradeço a oportunidade. Bem, fui produzido no início dos anos setenta, faço parte da geração que despertou lendo Superaventuras Marvel e frequentando fliperamas. Acompanhava também o Fantasma, a Chiclete com Banana e a MAD. Nessa época desenvolvi um verdadeiro fascínio pelas máquinas de pinball. Mais tarde veio a revista Heavy Metal com uma janela para mundos distópicos e delirantes. Lia aquela loucura toda de Serpieri, Crepax e Moebius ouvindo Guns e Metallica. De vez em quando ainda sonho com Druuna e Valentina na mesma história.

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Quadrim: “Álbum Fliperama Mundo Cão Parte I” é um projeto ousado: misturar quadrinhos e uma ópera rock. Como surgiu esse conceito tão diferente?
JR: No início era apenas o som. Tive o prazer de aprender um instrumento e tocar em bandas desde cedo. Conheci muita gente e fiz vários amigos no meio musical. Ano passado numa reunião etílica com velhos parceiros roqueiros surgiu a ideia de um projeto conceitual que nasceria chamado Gretchen Cadillac (GC). Na época eu estava escrevendo e compondo para um livro infantil com texto e música ainda inéditos. Dali veio a semente multimídia para o projeto. Acabou surgindo a ideia de amarrar as canções numa linha narrativa contínua apoiada por quadrinhos e mídias digitais. Apresentei a proposta para a GC e eles toparam de cara.

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Quadrim: E na verdade a obra não virá num livro e sim como um “álbum de figurinhas”… Pode explicar como vai ser o processo de apreciação pra quem adquirir a obra?
JR: Trabalhamos com dois produtos finais, um espetáculo multimídia e um box com CD e os capítulos impressos. No box, cada capítulo vem em formato de pergaminho e é acomodado em um envólucro especial que pelo design de encaixe acabou se assemelhando mais a um álbum de figurinhas. Por isso colocamos a possibilidade do público adquirir as “figurinhas” separadas.

Já no espetáculo a proposta é tocarmos as canções com a HQ projetada em telão enquanto um dos artistas do grupo faz ilustrações ao vivo. Temos colocado os artistas no palco em alguns pocket shows e a recepção do público tem sido fantástica.

Quadrim: Na parte visual vocês conseguiram nomes bem conhecidos como Antônio Éder, Ibraim Roberson… Como foi juntar esse “time”?
JR: A música e as artes visuais sempre estiveram de mãos dadas. Conheci o Ibraim por intermédio de um amigo em comum. Ele é um artista de grande talento e visão singular, e está conosco desde o início. Ele me apresentou ao Fabrizio Andriani, coordenador da Bienal de Quadrinhos de Curitiba, que é um cara multi linguagem e um grande incentivador. Os dois foram nos abrindo as portas da cena HQ daqui. O André Caliman veio a seguir, seguido pelo Guilherme Caldas. Depois o Walkir Fernandes, que foi quem me apresentou ao Antônio Éder, um dos caras de maior respeito nessa linguagem. Victor Moura entrou por último completando essa primeira parte. São todos artistas excepcionais e que também entendem de música. Tenho muito orgulho desse time.

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Quadrim: Na parte musical, como foi o processo de composição?
JR: Estruturamos a estética musical na clássica dicotomia entre o bem e o mal. O tema do eixo maligno por assim dizer foi baseado no som da ambulância, que por si só já carrega uma simbologia desconfortante que sugere tenção e perigo. Já o tema do eixo “bacana” tem uma pegada disco rocker que remete a diversão despretensiosa dos fliperamas do final dos anos setenta. Temos chamado esse estilo de Pinball Rock. Esses dois temas aparecem em variações constantes ao longo da obra.

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Quadrim: Quais as maiores dificuldades na criação desse projeto? Conciliar arte visual com música? Cuidar de todas as mídias?
JR: Nós (artistas e músicos) estamos explorando um terreno novo nesta obra. Acredito na liberdade artística individual dentro do projeto. Gosto de encarar nossa turma mais como um coletivo artístico onde cada um tem liberdade para criar de acordo com sua própria caixa de ferramentas. Nosso grande desafio é conquistar fluência entre as linguagens, fazer o casamento alquímico entre a narrativa visual e a musical.

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Quadrim: E vocês tem encontrado dificuldades em “vender” o projeto ao público?
JR: Tudo que é diferente acaba levando um certo tempo para ser assimilado. Um CD, assim como uma HQ, não requer explicação alguma para ser vendido. Agora junte os dois e as dúvidas aparecem. Além disso pela extensão do projeto acabamos tendo que dividi-lo em etapas. Os custos são altos e temos trabalhado de maneira independente. Isso tudo dificulta um pouco.

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Quadrim: A campanha é do tipo “flexível”, ou seja, o projeto vai sair do conceito de qualquer forma. Por que decidiram esse formato?
JR: Temos a intenção de finalizar o projeto de qualquer forma, mesmo que um passo de cada vez. Os custos que compõe a primeira parte já foram pagos por nós mesmos. É muito gratificante fazer música e quadrinhos independente, mas não é uma tarefa fácil. O apoio do público pode nos fazer avançar de maneira mais rápida. Porém a jornada já começou, e só vai parar quando atingirmos nosso objetivo.

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Quadrim: Quem já apoiou, o que pode esperar do álbum?
JR: Quero aproveitar a oportunidade pra agradecer a todos aqueles que acreditam, e que de alguma forma já apoiaram nossa jornada fantástica de quadrinhos e música. Incluo aqui não só os do Catarse, mas também aqueles que nos incentivam no dia a dia. Podem estar certos de que retribuiremos à altura.

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Quadrim: Pra finalizar, que recado você daria aos leitores que possam estar indecisos se devem investir no projeto?
JR: Eu diria que independente de rótulos de linguagem, nossa proposta é gerar questionamentos através de uma história contada em imagens e som.

Convidamos todos a conhecer a história de Roque, o cara que é engolido pelo sinistro Fliperama Mundo Cão no final dos anos setenta, lá é aprisionado pelo vilão Chupacabra que o castiga a tocar covers noite após noite. Para sair ele precisa encarar seus vícios um a um; bebida, remédios, jogos de azar, etc; todos em forma de canções autorais. Roque precisa perceber que há mais metalinguagem entre dentro e fora do Fliperama do que sonha sua vã filosofia.

Se essa loucura toda ressoa em você, vá em frente e nos apoie.

Para aqueles que quiserem conhecer melhor nosso som segue o clipe do tema de Roque, Deixe-me em Paz, e o link do Soudcloud com as 3 primeiras canções. Muito obrigado e um grande abraço a todos.

Uma mistura diferente, Tropa! Se quiser embarcar nessa viagem louca, basta clicar na imagem abaixo e contribuir! A partir de R$ 30,00 você receberá um exemplar (o projeto é do tipo Flexível) e o prazo para contribuir é até 11 de novembro de 2016!

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