Não é nada pessoal, #TropaQuadrimcast! Hoje o QUADRIM ENTREVISTA, vai continuar divulgando projetos no Catarse! E hoje vamos ser técnicos, imparciais, burocráticos… Ou melhor seremos IM.PESSOAIS, conversando com a autora do projeto LETÍCIA PUSTI!
Quadrim: Letícia, primeiramente agradecemos por nos conceder esta entrevista. Antes de falarmos de “Im.pessoais”, fazemos a nossa pergunta básica: como você se tornou uma fã de quadrinhos?
Letícia: Eu que agradeço o interesse de vocês em falar do projeto! Então, cresci sendo alfabetizada com A Turma da Mônica. Lembro que com o troco da padaria eu e primas conseguíamos comprar edições usadas (desculpe, Maurício de Sousa ehehe) e tínhamos muitos gibis. Acho que me tornei fã de quadrinhos lendo Holy Avenger. Meu tio colecionava a revista Dragão e através disso comecei a desenvolver interesse não só por RPG, como por quadrinhos. Não consegui terminar de ler a saga, mas gostava muito! Ele também me apresentou a edição 0 da revista D20, onde tinha uma história chamada “O olho da bruxa” e aquilo me fascinou demais, eu queria fazer aquilo, mas ainda era nova demais para pensar nisso como carreira. Conforme o tempo passava, comecei a ler histórias que vinham em revistas adolescentes, de jogos etc. até começar a acompanhar a saga das WITCH, revista e quadrinho da Itália. E, claro, os mangás! Li durante toda a adolescência até ver um dos meus artistas preferidos na música, Gerard Way, começar a escrever o Umbrella Academy. Seguindo ele acabei encontrando todo um mundo de quadrinhos que iam além de heróis, um mundo que eu não conhecia e acho que foi nesse momento que me tornei fã de verdade.
Quadrim: Hoje vemos cada vez mais as mulheres tomando espaço no mercado de quadrinhos nacional. Quais suas opiniões sobre esse crescente movimento?
Letícia: Acho que as mulheres têm conseguido impor o seu espaço e isso é importante. É importante porque até pouco tempo atrás o que sentíamos é que não poderíamos ir além da leitura de quadrinhos Além disso, ver mulheres fazendo quadrinhos, mulheres batalhando por destaque que merecem (e com sucesso) é essencial para inspirar novas artistas, e permitir que essas meninas que leem mangás e quadrinhos, meninas que gostam de desenhar, saibam que podem fazer aquilo profissionalmente se quiserem.
Quadrim: Um dos pontos abordados por você na página do projeto é o apoio da equipe do Estúdio Complementares, formado por quadrinistas de renome. Quão importante pra você foi ter esse apoio pra concretizar o projeto?
Letícia: É imensurável toda a ajuda e importância do Estúdio Complementares na minha vida. Recebo assistência delas na construção do projeto e também a lidar com ansiedade e todos os meus receios sobre os meus projetos (o que inclui minhas tirinhas). Elas ofereceram segurança para eu me arriscar mais e também compartilharam comigo e com os guris conhecimento o suficiente para reestruturarmos todo o projeto antes de ele ir ao catarse.

Concepts da personagem Eva
Quadrim: Passando agora para “Im.pessoais”, a HQ é uma parceria entre você, Daniel Trindade e Pablo Sanches. Como surgiu esse grupo?
Letícia: O grupo surgiu na ComicCon RS de 2015 em uma conversa entre amigos, já nos conhecíamos desde 2013 e nos ocorreu de que poderia ser interessante trabalharmos juntos.
Quadrim: “Im.pessoais” fala de 3 histórias do cotidiano, com 3 protagonistas mulheres enfrentando diversos dilemas. O quanto de inspiração veio de sua própria vida?
Letícia: Acho que pelo menos 90% do livro têm relação comigo. Digo, a ideia geral da HQ foi minha, surgida após a leitura do livro “Cartas a um jovem poeta”, de Rainer Maria Rilke. E acho que talvez o livro fale de muito de todas as pessoas que lerem, porque as personagens enfrentam situações que são muito comuns, mas que afetam cada pessoa de um jeito diferente. E associo elas a mim por isso, são situações que de uma forma ou de outra eu passei. E acredito que tanto o Daniel quanto o Pablo também. A história que conto, a personagem que apresento (Bóris) é a mais intimamente ligada a mim e isso é inevitável, falo sobre a depressão e acho que seria imprudente falar disso por um ponto de vista que não fosse o meu (mesmo que eu tenha buscado opiniões de psicólogos), porque é o que conheço muito bem.

Estudo da Bóris
Quadrim: E como foi o processo de criação dessas histórias? Quanto o Daniel e o Pablo influenciaram o produto final?
Letícia: Acho que o livro é bem divido entre nós, tivemos um panorama geral oferecido por mim, com ideias que tive após ler o livro, que já citei, músicas e também após observar comportamentos de pessoas na internet (coisas que compartilhei com eles também); e a partir disso cada um escolheu um dos temas e desenvolveu sua história individualmente, sempre com auxilio um do outro para que as histórias sejam conectadas. São três contos diferentes, cada um feito por um de nós, mas todos acabam tendo alguma influência sobre o outro, por isso mesmo individualmente acabamos trabalhamos em equipe.
Quadrim: E após o Catarse, sendo ele bem sucedido ou não, já tem planos para outros projetos?
Letícia: Sim, já tenho alguns projetos. O primeiro deles seria Alice (nome provisório ainda), uma HQ de terror com base em Alice no País das Maravilhas. Gostaria muito de fazer uma série de contos de terror, esse seria o primeiro. Também planejo fazer algo envolvendo os universos mágicos que acompanhei de animes e mangás, mas Alice é o projeto mais avançado, com páginas já desenhadas caso a meta estendida do Catarse fosse atingida.

Andressa
Quadrim: Quem já apoiou e está torcendo pro projeto atingir os 100%, o que pode esperar do livro caso a meta seja atingida?
Letícia: Quem apoiou pode esperar uma HQ e recompensas feitas com muito carinho e empenho, histórias muito pessoais e contadas com toda a nossa verdade e honestidade sobre a vida, porque no fim das contas o grande assunto de im.pessoais é vida, vidas. Estamos nos esforçando para que todo o projeto fique lindo e seja algo que vocês sintam orgulho de ter apoiado. E obrigada pelo apoio, pessoal. Vocês são incríveis! <3
Quadrim: Pra finalizar, que recado você daria aos leitores que possam estar indecisos se devem investir no projeto?
Letícia: É um projeto que merece a chance de existir e que se não te fizer se identificar, com certeza vai fazer com que você lembre de uma pessoa que você conhecer. A nossa intenção é fazer com que você sinta algo, repense algo ou te faça querer ajudar alguém que esteja precisando desse toque. Eu particularmente gosto muito de histórias que tragam essa sensação de um novo olhar sobre a vida e se você gosta disso também então é um projeto que você pode curtir muito!

Rascunhos da personagem Andressa
Não seja impessoal, seja passional, Tropa! Se gostou, clicar na imagem abaixo e contribuir! A partir de R$ 30,00 você receberá um exemplar se o projeto atingir os 100% e o prazo para contribuir é até 30 de agosto de 2016!